terça-feira, 25 de julho de 2017

Dia 20 | Código de Projecto

Código de Projecto: Trabalhar para o bronze

Saí de casa com a Rita, logo pelas 6h, pois tínhamos de chegar à cidade antes das 8h, para tratar de assuntos da Associação.
O cheiro a queimado na estrada que sai de Neves, revela que continuam as queimadas de capim nesta zona da ilha.
O que fazer na cidade? Ir à Pastelaria Sal e Dóxi, comer um croissant com chocolate que soube bem melhor que os da Brasileira.
1 croissant com chocolate = 20.000dobras
Fiz um pacto com a minha consciência, para voltar e provar os pastéis de nata.
Fomos ao mercado ver os tecidos africanos. Era interessante haver tecidos São-tomenses, no entanto são da Nigéria. Qual é o intuito comprá-los? Só por dizer que são africanos e estamos na África? África é pequena e uniforme? Pelo menos não deve ser tradição aqui. Em São Tomé e Príncipe, e principalmente em Neves que é por onde mais ando, as roupas que vejo são as mesmas roupas que as desportivas europeias, mas todas sujas e rotas. A peça de roupa é usada até ao final, principalmente nas crianças. O que até faz sentido: as crianças brincam na rua, livres e à solta, longe dos olhos dos pais, para quê ir com roupa nova e bonita? Essa deve ficar para Domingo, o dia de ir à missa. As mulheres mais velhas sim, vestem-se com alguns tecidos africanos, a tapar as suas saias. As mais novas, vestem-se com maior cuidado, a exibir as suas pernas nas saias curtas. Também os rapazes têm algum cuidado na roupa, como os moto-taxistas pausados, que até têm óculos de sol com etiqueta ainda colada na lente. Deve ser para dizer que é óculo novo. É muito frequente ver t-shirts do benfica, ou dos partidos de STP, ou de marcas de comida europeias. Vestem qualquer coisa.

Visitei o Centro Cultural Português, onde podem ser requisitados livros, às vezes tem exposições e dá para aceder à Internet nos computadores de lá. Sinto que tudo o que faço na cidade, vai parar ao tuga.

Assuntos não resolvidos na cidade, voltámos com o mesmo motorista de hiace. Esta carrinha tem os assentos da cabeça com lenços que têm a bandeira dos EUA. Estas hiaces são das mais higiénicas, pois os lenços devem ser lavados com alguma frequência. Ao meu lado, uma mãe come um pão e bebe um refrigerante Blue (às 11h da manhã), antes de amamentar o seu bebé. Mesmo ali, na carrinha, quase com o seu mamilo a roçar o meu cotovelo.

O almoço by Xinha foi peixe salgado com molho de tomate, acompanhado de fubá (farinha de milho com arroz) e fruta frita (fruta = fruta-pão).

Quando percebi que à tarde também não ia ser muito produtiva, fui apra o Mucumbli, o refúgio da brranca. Ainda tentei apanhar o Assunção no Kitembú, mas sem sucesso.


No Mucumbli, o resort fantástico, passam lagartixas na esplanada, ouvem-se os pássaros a namorar, as ondas do mar batem lá no fundo e há ainda o som ambiente de música africana. Ficar aqui a apanhar banhos de Sol e Rosema, é o que eu chamo de trabalhar para o bronze. Aprecio bastante este projecto.

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