sexta-feira, 14 de julho de 2017

Dia 9 | Dia de reuniões

Sentimentos mistos. O que pensar? Para onde virar?
Hoje foi dia de ir para a cidade. Quando se fala em cidade, é São Tomé. Eu e o Martim andámos para caraças a fazer o reconhecimento dos locais das reuniões, sempre perdidos pois os São-tomenses em vez de dizerem que não sabiam ou não tinham percebido, lá indicavam um caminho. O que não significava que íamos ter onde queríamos.
Experimentámos a wi-fi da Pastelaria Central, um café português, onde para além de comer um croissant com manteiga, bebi um café real. O pacote de açúcar é igual aos de Portugal, por isso não o trouxe para a mãe.
Ok, mãe?? Não há pacotes!!

3 reuniões num dia, sem bosses a comandar. Inês & Martim kickasses

10h – Reunião com a CST
Apresentação geral dos projectos à empresa de telecomunicações, para tentar patrocínios. A única coisa que conseguimos foi que nos dessem cartões moche, uau. O Martim disse para ser eu a apresentar o Bô Energia. Todos sentados à volta de uma mesa redonda, com dois São-tomenses a ouvir-nos, comecei a beber água. Lembrei-me do que me disseram depois da apresentação medonha que tive no Seminário das Eco-Escolas este ano.
“Bebe água para a boca não secar e o cérebro continuar a funcionar.” Durante as sessões do curso Spirit da WACT (Janeiro-Junho, para fazer este projecto) não funcionou. Hoje, talvez tenha resultado. Fiz o resumo do nosso projecto e a voz não tremeu muito. Fantástico, uma pequena vitória.

11h – Reunião na Alisei
Supostamente, seria esta a Associação que iria apoiar o Bô Energia, leia-se, financiar o projecto. Mas têm um director novo. Ao que parece, os briquetes não têm qualidade para eles. Querem testes com madeiras/serraduras de espécies de árvores diferentes, com tempos de secagem diferentes, e tempos de utilização diferentes.
Mas está tudo louco?
No outro dia, na carpintaria 5, o carpinteiro nem nos sabia dizer de que árvores eram aquelas madeiras. Se não podemos contar com a sabedoria deles, vamos contar com a nossa, que não somos de cá e não conhecemos a flora?
Ah, mas a Alisei tem verba disponível para aplicar no projecto dos briquetes. Briquetes estão incluídos no Plano de Desenvolvimento Distrital. Tencionam aplicar o dinheiro na produção de uma prensa industrial, depois dos testes às madeiras e, mais ridículo ainda, medições de humidade e pesos.
Saímos tão desmoralizados desta reunião, que nenhum abria a boca para falar.

Almoçámos na cidade, num restaurante português, o Xico’s, pois todos queriam carne. Comi um bitoque com uma Rosema, mas o melhor da refeição foi mesmo a sobremesa, um gelado de maracujá, onde se sentiam as grainhas, e uma cobertura de chocolate quente e espesso, que era qualquer coisa!



15h – Reunião na TESE
Associação que gere os resíduos da ilha. Perguntaram-nos logo o que queríamos deles. Neste ponto, nem nós sabíamos. Houve também abertura para um pequeno financiamento, após a longa lista de problemas e dificuldades que a directora identificou ao Bô Energia. Ao que parece, já houve várias tentativas destes projectos. Creio bem que a nossa é melhor, mas também, sem contactos nem acesso à Internet, não é fácil o termo de comparação.

Todos nos disseram que os briquetes têm pior funcionamento que o carvão. Mas que raio, quando os nossos colegas do ano passado nos disseram o contrário. Quem não está a perceber?

Para terminar o dia na cidade, fomos ao terceiro spot português, o supermercado CKdo. Pela casa WACT, todos andam com desejo de bolachas. A nossa alimentação inclui pequeno-almoço, almoço, lanche e jantar, nos quais pequeno-almoço e lanche é à base de pão, ponto final. No Ckdo, há a marca Pingo Doce, é um daqueles supermercados-mete-nojo sem produtos locais. O meu objectivo era comprar cera depilatória, mas perdi-me nas frutas. Outra vez. Esqueci-me da cera. O CKdo é um mete-tanto-nojo que é deslocado do centro da cidade uns 15-20 minutos a pé, e por isso disponibiliza transporte gratuito para o centro, para quem fizer compras.
Foi o único local onde eu reparei que havia sinalização de trânsito, no parque de estacionamento exterior. No centro, apanhámos a hiace para regressar a Neves (outros 40minutos de viagem). Éramos apenas 10 pessoas dentro da carrinha, tudo dentro dos conformes. A meio do caminho e das bananeiras apanhámos UMA OPERAÇÃO STOP.
Wait… What?
Afinal é obrigatório ter carta de condução para conduzir, o selo das finanças tem de estar pago e as luzes têm de estar a funcionar. Minha nossa, tantas regras! Nem chegou a 1 km mais à frente, o motorista deixa entrar mais três tipos, que foram o resto do caminho no porta-bagagens.

Jantar atum com grão e legumes salteados, seguida de uma dinâmica de grupo da Pinja: desenhar o nosso futuro. Fiz a minha horta pedagógica.

Apenas algumas fotografias da cidade. Tenho de me dedicar mais às fotografias.

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